Angola:
Trilhos para o
Desenvolvimento
Filipe Zau
Este trabalho tem a sua génese na investigação que realizei, no âmbito do Mestrado em Relações Interculturais, em Lisboa, na Universidade Aberta. Nesse contexto fiz e defendi a dissertação “A cooperação entre a Língua Portuguesa e as Línguas Nacionais Africanas: Uma necessidade pedagógica do ensino primário em Angola”. O respectivo júri foi presidido pela Senhora Vice-Reitora, Professora Catedrática Maria Emília Ricardo Marques, que arguiu, e me incitou a publicar a mesma;
pelo Senhor Pró-Reitor, Professor Doutor Hermano Carmo, que orientou a investigação e ainda pelo Senhor Professor Doutor António Custódio Gonçalves da Universidade do Porto. Aos dois primeiros devo a coragem de academicamente, enfrentarem esta questão, numa altura em que a denúncia da glotofagia, da Língua Portuguesa face às línguas africanas dos Países de Língua Oficial Portuguesa, era considerada uma atitude quase
subversiva, estigmatizada por quem a colocava, como mero antiportuguesismo. Mas, posteriormente, vi que apenas os apologistas conscientes (ou inconscientes) do branqueamento da memória colectiva dos povos, a quem muitas vezes hipocritamente chamamos “irmãos”, poderiam proceder deste modo.
Não os académicos, nem os verdadeiros irmãos. Pois estes têm o necessário sentido da alteridade e de cooperação em prol do conhecimento e do desenvolvimento."