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Diálogos Africanos
Instituto Lula
"A importância do continente africano na economia política internacional é historicamente incontestável. Essa relevância estratégica levou à exploração desmesurada de suas riquezas e deixou chagas, como a partilha efetuada entre as potências europeias durante a Conferência de Berlim, no fim do século XIX, e a diáspora africana. Atualmente, em seu renascimento, o continente se destaca não apenas por suas grandes reservas de recursos naturais, mas também por altas taxas de crescimento econômico, pela preocupação com um desenvolvimento inclusivo – visto de forma endógena – e pela consolidação de seus processos políticos.
Para o Brasil, especificamente, a relevância da relação com os países africanos atinge níveis ainda mais elevados, dados os nossos laços históricos, que enraizaram aqui vínculos sociológicos profundos. O processo escravocrata e a herança por ele deixada são fundamentais para compreender a formação do Estado brasileiro. Discutir a agenda afrodescendente e promover a igualdade racial é uma condição sine qua non para pensar tanto os aspectos culturais quanto a desigualdade no país.
Apesar disso, os estudos africanos ainda são insuficientes por aqui, o que faz com que percamos um entendimento mais denso da complexidade africana, em seus multifacetados fenômenos. Nesse sentido, a proposta desta publicação é justamente fomentar e aprofundar o debate sobre as diferentes agendas conectadas ao tema. Nascida no seio da Iniciativa África e do Conselho África do Instituto Lula, a Revista Diálogos Africanos busca conectar e dar voz a tomadores de decisão, jornalistas, autoridades, representantes da sociedade civil e acadêmicos que, de alguma forma, se dediquem ao estudo ou à implementação de políticas conectadas com a questão africana.
Os temas relativos à África são demasiadamente ricos. Por esse motivo, não exaurimos aqui as linhas temáticas de nossa publicação, mas lançamos três eixos norteadores principais. O primeiro deles se dedica ao estudo da África em suas questões sociais, políticas e econômicas e procura compreender desde os aspectos antropológicos das interações étnicas locais até as diferentes fases da integração regional vivenciada pelo continente. O segundo trata das relações entre o Brasil e os países africanos. A partir desse eixo, incentivamos o envio de textos que analisem o relacionamento tanto em níveis bilaterais, quanto multilaterais. O último deles aborda os afrodescendentes e a cultura africana no Brasil. Neste caso, são bem-vindas, entre outros, as análises sobre promoção de igualdade racial, pontos de cultura e os novos fluxos de imigrantes africanos no país..."
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