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Festa de Santa Bárbara
Cadernos do Ipac
Ipac
"As festividades de 04 de dezembro, dia de celebração de Santa Bárbara, foram registradas como patrimônio imaterial da Bahia no livro das celebrações, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia.
Trata-se de um dia de festa no Centro da Cidade do Salvador, desde 1641, quando foi instituído o Morgado de Santa Bárbara, composto de propriedades e capela ao pé da ladeira da Montanha. Aquele foi o primeiro Mercado de Santa Bárbara.
Desde o fi nal do século XIX os comerciantes, que faziam as celebrações, foram transferidos para o novo Mercado de Santa Bárbara na atual Baixa dos Sapateiros. Na década de 80 do século XX, as celebrações e a própria imagem da Santa passaram a sediar-se na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. Esta é indiscutivelmente a grande celebração religiosa popular do Centro Histórico de Salvador.
A cada 04 de dezembro, o Centro de Salvador se veste de vermelho, cor usada pelos devotos da Santa Bárbara. Gente de toda a cidade, de todas as classes sociais, de todas as cores (principalmente a negra), e de todos os sexos (principalmente as mulheres) reúne-se para missa, procissão, samba e caruru. Duas figuras místicas de mulher associam-se no vermelho da festa: a Santa Bárbara, mártir cristã da antiguidade, e a laba Iansã, orixá dos Iorubá. Ambas representam o arquétipo unifi cado de mulher guerreira, que conquistou a sua liberdade ainda que no martírio, e que levantou a cabeça em rebelião contra o poder masculino.
Na cultura afro-brasileira, no dia 04 de dezembro o povo da Bahia celebra o rubro sangue que ferve nas veias das belas mulheres rebeldes libertadas, senhoras de suas próprias cabeças. Salve Santa Bárbara da Ásia Menor. Eparrêi Iansã da África Ocidental. Salve a Mulher da Bahia..."
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