Severino Ngoenha

"O percurso que começa em finais do século XX, quer ele se chame Pan-africanismo, Negritude, socialismo africano,
etno-filosofia, filosofia crítica ou filosofia hermenêutica têm o mesmo espírito e tendem para a mesma finalidade: a liberdade do homem negro, condição da sua historicidade. Na origem da reflexão filosófica africana está a necessidade de afirmar uma humanidade negada. Todas as correntes e linhas de pensamento que prepararam o nascimento de uma consciência africana, que se quer especificamente filosófica, têm isto em comum: reabilitar o homem negro e a sua história. O objetivo era, por assim dizer, libertar o homem negro do papel de objeto da história.

A filosofia africana está, por conseguinte, na linha da liberdade, da liberdade que já conquistamos, mas sobretudo da liberdade que devemos ainda conquistar e preservar, da liberdade da África, especificamente da liberdade do africano."