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Igualdade Racial no Brasil
Reflexões no ano internacional
dos afrodescendentes
Tatiana Dias Silva
Fernanda Lira Goes

"O racismo e seus reflexos na distribuição dos recursos são elementos estruturantes da desigualdade social no Brasil. O peso de seus efeitos é reafirmado por meio da evidenciação estatística de sua magnitude. A persistência da diferenciação racial no acesso a serviços públicos, na aquisição de capacidades e na posição social
desvela as consequências da atuação sistemática de mecanismos de produção e reprodução das desigualdades em vários campos da vida social. Em resposta a este quadro, na última década, instalaram-se e intensificaram-se instrumentos e políticas de promoção da igualdade racial por todo o país (Ipea, 2010).
No intervalo entre os Censos de 2000 e 2010, testemunhou-se um período significativo de mudanças, em que os temas do racismo e da desigualdade racial saltam da agenda pública, predominantemente protagonizada pelo movimento negro e por estudiosos, para a agenda governamental. Vários aspectos podem ilustrar esse momento: o reconhecimento governamental do racismo; a intensa participação do governo e da sociedade brasileira na Conferência de Durban; a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir); o desenvolvimento da política de cotas nas universidades e, com menor difusão,
em concursos públicos; e, mais recentemente, em 2012, a unânime decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da constitucionalidade das cotas raciais.
Ao mesmo tempo, vivenciou-se uma década muito profícua, em que o país alcançou maior destaque no cenário e economia mundiais, conquistaram-se melhorias
relevantes nos indicadores sociais, reduziram-se a pobreza e a desigualdade, expandiram-se o emprego, o crédito e o acesso à proteção social..."
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