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A POLÍTICA DE LIBERTAÇÃO NA AMÉRICA (1).
Poder Preto
A Política de Libertação na América
Kwame Ture e  Charles V. Hamilton
Tradução: Luany Lulu Nokhwezi 

“Este livro é sobre por que, onde e de que maneira as pessoas pretas na América devem se unir. É sobre pessoas pretas cuidando dos negócios - o negócio de e para pessoas pretas. As apostas são realmente muito simples: se não conseguirmos, enfrentaremos a sujeição contínua a uma sociedade branca que não tem intenção de renunciar voluntariamente ou facilmente à sua posição de prioridade e autoridade. Se nós tivermos sucesso, exerceremos controle sobre nossas vidas, política, econômica e psiquicamente. Nós também contribuiremos para o desenvolvimento de uma sociedade acessivelmente maior; em termos de benefício verdadeiramente social, há não há nada unilateral no movimento de libertação dos pretos.
Neste livro não apresentamos fórmulas simples para acabar com o racismo. Nós não oferecemos um projeto; nós não podemos definir horário para a liberdade. Este não é um manual para o organizador do trabalho; não vai contar pra ele exatamente como proceder na tomada de decisões cotidiana. Se tentássemos fazer alguma dessas coisas, nosso livro seria inútil e literalmente morto dentro de um ano ou dois. Pois as regras estão sendo mudadas constantemente. As comunidades pretas estão usando recursos diferentes para alcançar seus objetivos, incluindo rebelião armada. Destes vários experimentos vêm os programas. Esta é a nossa experiência: os programas não saem das mentes de qualquer pessoa ou de duas pessoas como nós, mas no dia-a-dia do trabalho, na interação entre os organizadores e as comunidades em que trabalham.
Portanto, nosso objetivo é oferecer uma estrutura. Estamos pedindo aqui uma ampla experimentação em acordo com o conceito de Poder Preto, e sugerimos certas diretrizes, determinados exemplos de tais experiências. Começamos com a suposição de que, para obter as respostas certas, devemos fazer as perguntas certas. Para encontrar soluções eficazes, é preciso formular o problema corretamente. É preciso partir de premissas enraizadas na verdade e na realidade, e não no mito.
Além disso, pretendemos definir e incentivar uma nova consciência entre os pretos que torne possível avançarmos em direção a essas respostas e soluções. Essa consciência, que será definida mais detalhadamente no capítulo II, pode ser chamada de senso de coletividade: orgulho, em vez que vergonha, na negritude, e uma atitude de responsabilidade fraterna e comunitária entre todas as pessoas pretas umas pelas outras.
Fazer as perguntas certas, incentivar uma nova consciência e sugerir novas formas para expressá-la: esses são os objetivos básicos de nosso livro...”.

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