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Pele da cor da noite
Vanda Machado
 

"Pele da cor da noite tem também a delicadeza e a força de produzir mundos; tem a coragem do anúncio e o testemunho como exemplo; tem a beleza como destino e produto; tem a sabedoria de saber de si mesma, comunitariamente... Àqueles que têm na pele a cor da noite, sabem que educar é tornar-se semelhante aos ancestrais. O brilho dourado de uma só mulher, nesse livro, é o luminar de todo um povo que traz na superfície de sua pele a profundidade de sua história.
Vanda Machado é assim: singularidade e beleza bailando vagarosa e encantadoramente, fundindo a diferença no singular e o singular no plural. Filha de Antonio Santeiro, nasceu para ser Ebome. A mais velha de cinco filhas, assumiu a responsabilidade sobre a família tão logo Iku levou seu pai, e como ela mesma diz, ele “ainda hoje é meu modelo de gente”. Antonio Santeiro promovia festas em São Felipe, artesão de sonhos e santos, pianista e compositor, dominava o inglês, fazia teatro, lia. Um homem incomum para a época e, ao mesmo tempo, fruto dela. O mesmo dir-se-ia da filha: uma mulher singular, cuja trajetória, em larga medida, pode ser vista como a aventura coletiva da população negra no Brasil. Seu contexto particular é um microexemplo do macrocosmos brasileiro, assim como o candomblé é um microespaço que enreda o macrocosmos da experiência africana no Brasil..."

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